Sabem em que local podemos encontrar, fortuitamente, pessoas conhecidas, mas que não vemos há bastante tempo?
Sabem onde é possível ter conhecimento de quem, como nós, rumou do Norte para Lisboa?
Sabem onde começar a falar com pessoas que «lá em cima» conhecíamos, mas não falávamos?
Sabem, em suma, qual é o local onde, com mais probabilidade e por acaso, encontramos os nossos conterrâneos, pessoas das quais já nem nos lembrávamos e que, nem por sonhos, nos ocorreria que também para cá viriam?
Não é um enigma... Todas nós, todos os dias, rumamos a esse local...
Ok.. Não vou fazer mais suspense - é o Metro de Lisboa!
Quando isto acontece, e já não é nem a primeira, nem a segunda e nem a terceira vez, só me fica um pensamento intrigante: com tanta carruagem, com tantos metros a passar de poucos em poucos minutos, não é muita coincidência entrarmos no mesmo metro, na mesma carruagem e sentarmo-nos exactamente ao lado dessas pessoas?
Depois, com o ar mais alheado da realidade (pelo menos eu, quando ando só no metro, não tenho por hábito reparar nas pessoas, pois estou sempre longe, a viajar com os meus pensamentos), olhamos para aquela pessoa; desviamos o olhar; vem-nos um flash à memória; voltamos a olhar; reparamos que a pessoa também nos olha e fica aquele ambiente ligeiramente constrangedor. Será mesmo aquela pessoa que eu conheço? Não passarei por «maluquinha» ao meter conversa?
Nestes instantes de hesitação, eis que (hoje foi assim) a pessoa me pergunta: «És de Braga?» Enfim, conversa desbloqueada e toca a falar como se não houvesse amanhã, antes que se esgotem os escassos minutos que restam até à nossa estação de saída. Tenta-se marcar próximos encontros (estes já não serão inesperados), pois, afinal, é sempre com grande entusiasmo e felicidade que recebemos mais «um dos nossos» aqui, a quase 400 km do local que nos tornou conhecidos.
Acasos com sentido, rota do destino, mensagens do oculto... Chamem-lhe o que quiserem. Eu não sei explicar a causa destes encontros inesperados, mas não me contento com a teoria do mero acaso e ponto final. Não são, e não podem ser, simples encontros do acaso, sem qualquer significado.
Quanto mais vivo, mais me apercebo de como a vida nos interpela com estas situações inesperadas, mas com sentido... Só queria saber qual... Talvez o futuro me venha ainda explicar por que razão pessoas e situações, que pertenceram ao meu passado, voltam a aparecer no presente.
2 comentários:
Já estava a sentir a falta da tua escrita...
É verdade: a vida tem mesmo destas coisas!
O Norte domina Lx!!!
Mensagens do oculto... LOL! ;)
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