quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Jorge Palma - Encosta-te a Mim

Esta música é linda e não me sai da cabeça nos últimos dias. Quero partilhá-la convosco. Pura magia para os ouvidos!

E aqui está a letra...

A Raquel faz anos hoje! Muitos parabéns. Linda, esta música é a «prendinha» que te envio à distância.
Encosta-te a mim, nós já vivemos cem mil anos,
encosta-te a mim, talvez eu esteja a exagerar,
encosta-te a mim, dá cabo dos teus desenganos,
não queiras ver quem eu não sou, deixa-me chegar.

Chegado da guerra, fiz tudo p´ra sobreviver,
em nome da terra, no fundo p´ra te merecer,
recebe-me bem, não desencantes os meus passos,
faz de mim o teu herói, não quero adormecer.

Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo,
o que não vivi, hei-de inventar contigo,
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar,
mas quero-te bem,
encosta-te a mim.

Encosta-te a mim, desatinamos tantas vezes,
vizinha de mim, deixa ser meu o teu quintal,
recebe esta pomba, que não está armadilhada,
foi comprada, foi roubada, seja como for.

Eu venho do nada, porque arrasei o que não quis,
em nome da estrada, onde só quero ser feliz,
enrosca-te a mim, vai desarmar a flor queimada,
vai beijar o homem-bomba, quero adormecer.

Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo,
o que não vivi, um dia hei-de inventar contigo,
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar,
mas quero-te bem, encosta-te a mim.
Encosta-te a mim, quero-te bem, encosta-te a mim.

A ausência de sono de todos os dias


Tic-tac, tic-tac, tic-tac... Aqui na sala, em frente ao computador, o único som que me chega aos ouvidos é o dos ponteiros do relógio da cozinha.

Na varanda, enquanto fumo mais um cigarro e olho a magnífica lua que hoje está cheia, só ouço os poucos carros que passam. Nem parece que estou em Lisboa. Mas, à noite e vista desta janela, a capital é assim silenciosa. Dorme, prepara-se para a azáfama do dia seguinte.

E eu, infalivelmente, cá estou, sem sono. Para não romper o colchão com as voltas e mais voltas que dou sem conseguir adormecer, fico aqui, na sala. Entretenho-me na Internet, leio, pesquiso, escrevo, fumo, penso, penso, penso... até à exaustão, até sentir a minha mente desactivada.

A falta de sono não se deve ao facto de não andar cansada (acabo de chegar de férias e o trabalho, para já, é pouco). A ausência de sono à noite é uma característica minha. Nem que me levante todos os dias muito cedo, não consigo, quase nunca, adormecer antes das duas ou três da manhã. Consequência? Se puder, durmo até tarde no outro dia. Se não, aguento-me bem com poucas horas de sono, o meu cérebro já se habituou. Se calhar, porque acabo sempre por o compensar com as horas a fio que durmo aos fins-de-semana.

Bem, mas como ainda é quarta-feira, e eu vou levantar-me a horas decentes, este texto fica por aqui. O computador vai ser desligado, o último cigarro já foi fumado, a mente está a entrar em estado de pré-exaustão e, depois das rotinas que antecedem o deitar, com certeza, já estarei suficientemente cansada para não pensar em mais nada e simplesmente dormir. Até amanhã!

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Nova Vida


Vou tirar do armário os remos do meu barquinho
Vou magoar as ondas a cada investida para partir
Nada fica no seu lugar,
nem tão pouco o mar.

Vou sacudir o pó aos meus remos
amarrar os braços ao futuro para não fugir
e comprar o bilhete da viagem encantada.

Vou desamarrar o meu barquinho deste rio parado
e Voar.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Ola Kala («Tudo vai bem») - trapezistas que bailam

A diferença e a novidade têm sobre mim um poder muito especial. Por isso, nem pensei duas vezes quando me surgiu o convite para assistir ao Ola Kala – um espectáculo de Novo Circo da companhia francesa Les Arts Sauts.
O chapitô de 32 metros de altura e 52 de diâmetro, em forma de esfera, que foi instalado no Centro Cultural de Belém, mesmo visto de longe, já incitava a vontade de entrar e descobrir o interior daquela invulgar estrutura.
Logo à entrada, vive-se, por segundos, uma aventura: tem de se empurrar dois toldos laterais que parecem querer esmagar quem se arrisca a transpô-los. Ao mesmo tempo, um inesperado vento sopra com intensidade, parecendo empurrar para trás quem quer entrar. Solução? Dá-se força ao corpo e… que fácil, já estamos lá dentro!
O espaço é escuro e os suaves focos de luz vindos do topo da esfera lá indicam as chaises longues – umas cadeiras nada convencionais que permitem à assistência ver este espectáculo, que decorre a uns 12 metros do chão, quase deitada.
As luzes apagam-se totalmente, ouve-se o ruído das pessoas que trepam as estruturas de ferro e, quando os focos voltam a iluminar a esfera, já 17 trapezistas e cinco músicos se encontram bem alto, para desafiar a lei da gravidade.
Ola Kala, que traduzido do grego significa «Está tudo bem», é um espectáculo que transforma o trapézio numa nova forma de arte. No ar, os corpos dos trapezistas flutuam e dançam ao som de vozes femininas, ritmos electrónicos, violinos e violoncelos tocados pelos cinco músicos que também desafiam as alturas.
Ao longo do espectáculo, são muitas as vezes em que a sensação de que aqueles corpos estão a voar nos invade. A iluminação, com jogos de sombras, efeitos de aproximação e afastamento, ajuda a criar esta ilusão de que as pessoas também voam. Mas, quando a sombra se abre e os artistas se tornam mais visíveis, sentimos o coração aos saltos, como se fossemos nós a arriscar todas aquelas acrobacias.
Os corpos misturam-se, servem de amarra uns aos outros e abismamo-nos com aquela capacidade de nunca se deixarem cair, por mais ousadas que sejam as cambalhotas que se dão em cima do…ar!
As imagens e os sons substituem as palavras. A vertigem e a emoção prendem a atenção da assistência a cada movimento que nunca é igual a outro. De repente, parece que os corpos se transformam em figuras aéreas, voando em torno de um espaço muito peculiar – um grande trapézio em forma de cruz com vários eixos e deslocações.
A componente estética, marca dominante do Ola kala, está presente nos delicados movimentos dos artistas que não saltam, mas flutuam; não dançam, mas bailam; não caem, mas parecem ter o prazer da queda, a tentação de arriscar e vencer o medo de voar.

sábado, 25 de agosto de 2007

O primeiro de muitos

Aqui está o que espero ser o primeiro de muitos posts no blogue da nossa casa.
Recordo com muita alegria o dia em que, depois de uma procura de casa pouco satisfatória, conheci a Madalena, a Raquel, a Andreia e também a Sara, que acabei por substituir.
Há alturas na vida em que temos sinais concretos de que estamos a seguir o caminho correcto; a tarde de Abril em que decidi rápida e prontamente ficar no 11º foi uma delas. Tinha terminado a incerteza e o dilema. Tinha encontrado um local acolhedor e pessoas com quem estabeleci desde logo a fundamental empatia e com as quais tenho o privilégio de partilhar o dia-a-dia. São mulheres fantásticas pelo que são e pelo que fazem. Posso dizer que tive sorte, posso dizer que sou feliz aqui.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

História de um weblog renascido - a nossa história...

Corria o mês de Junho de 2006 quando quatro meninas e um menino do Norte, mas a viver em Lisboa, decidiram cirar um weblog. O que os levou a tal ideia? Afinal o que os unia? É muito simples: viviam todos na mesma casa, um singelo apartamento, localizado num alto 11.º andar, algures no Lumiar, em Lisboa.
Duas das meninas já trabalhavam em Lisboa, as outras duas e o menino vieram para cumprir um estágio de sensivelmente três meses. Infelizmente, findo esse período, uma das meninas e o menino regressaram ao Norte e ficámos apenas três: nós, as duas que já cá estávamos, e a outra das meninas que, resistente e corajosa, decidiu enfrentar as agruras de quem está longe dos que ama para lutar por um emprego em Lisboa.
Hoje, mais de um ano volvido, cá continuamos as três e mais uma nova menina que nos faz companhia desde o passado mês de Maio. Ela também é do Norte, o que quer dizer que a empatia foi quase imediata e a sua adaptação ao ambiente «amalucado» cá de casa também foi rápida, embora ela seja de génio bem mais calmo que o nosso!
Quanto ao antigo weblog, que criámos em Junho de 2006 e que também se chamava 11.º Lumiar, acabou por sucumbir com a partida de dois dos seus criadores, mas hoje ele renasceu, aqui nesta nova morada. E por que o quisemos ressuscitar? Bem, a ideia já nos tinha ocorrido várias vezes, mas a inércia acabava sempre por nos vencer. Mas agora temos um forte motivo: a Elsa, a menina que nos abandonou há um ano e um mês, vai voltar!
Pois é, linda Elsa, nem imaginas como estou feliz por te ter de volta, por saber que terei novamente a minha companheira das eternas noites sem sono (é que tu também só adormeces muito tarde), aquela pessoa sempre bem-disposta e pronta a alinhar numa aventura por Lisboa, seja de dia ou à noite.
O renascer do 11.º Lumiar é, antes de mais, o concretizar de uma vontade que se desvaneceu durante um ano, mas não morreu, e é um tributo a ti Elsa, que voltarás a estar connosco. É também uma oportunidade para manifestarmos o nosso enorme desejo de que, desta vez, fiques connosco por muito mais tempo. Desejasmos-te, por isso, toda a sorte para o novo desafio que te espera. Por nós, mas principalmente por ti.
Às restantes meninas que habitam este alto 11.º andar quero dizer que, apesar das chatices que possamos ter atravessado, gosto muito da vossa companhia e agradeço o apoio de todos os momentos, até mesmo quando tive de ser operada longe da família. Custou muito e agradeço, principalmente à Andreia, por, durante alguns dias, ter literalmente cuidado de mim.
Sei que, por vezes, posso parecer fria, de tão atormentada com as minhas responsabilidades, mas acho que todas vocês sabem que, lá no interior, sou um «coração mole» e acabo por fazer quase tudo o que me pedem.
Bom, para não continuar com os meus intermináveis discursos, por aqui me fico... até ao próximo post.

P.S.: É para levar este nosso cantinho a sério, alimentando-o com as nossas palavras. De minha parte, está prometido!
Estão abertas as inscrições...
O novo 11.º Lumiar está de regresso! Sejam tod@s bem-vind@s!!!