quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Elogio ao passado

Eu amo tudo o que foi
Tudo o que já não é
A dor que já não me dói
A antiga e errónea fé
O ontem que a dor deixou
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia.

Fernando Pessoa

Pois, por muito satisfeitos que estejamos com o nosso presente, há momentos de muita nostalgia em relação ao passado, às pessoas, aos lugares e aos instantes que o marcaram.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

O local dos encontros inesperados

Sabem em que local podemos encontrar, fortuitamente, pessoas conhecidas, mas que não vemos há bastante tempo?
Sabem onde é possível ter conhecimento de quem, como nós, rumou do Norte para Lisboa?
Sabem onde começar a falar com pessoas que «lá em cima» conhecíamos, mas não falávamos?
Sabem, em suma, qual é o local onde, com mais probabilidade e por acaso, encontramos os nossos conterrâneos, pessoas das quais já nem nos lembrávamos e que, nem por sonhos, nos ocorreria que também para cá viriam?
Não é um enigma... Todas nós, todos os dias, rumamos a esse local...
Ok.. Não vou fazer mais suspense - é o Metro de Lisboa!
Quando isto acontece, e já não é nem a primeira, nem a segunda e nem a terceira vez, só me fica um pensamento intrigante: com tanta carruagem, com tantos metros a passar de poucos em poucos minutos, não é muita coincidência entrarmos no mesmo metro, na mesma carruagem e sentarmo-nos exactamente ao lado dessas pessoas?
Depois, com o ar mais alheado da realidade (pelo menos eu, quando ando só no metro, não tenho por hábito reparar nas pessoas, pois estou sempre longe, a viajar com os meus pensamentos), olhamos para aquela pessoa; desviamos o olhar; vem-nos um flash à memória; voltamos a olhar; reparamos que a pessoa também nos olha e fica aquele ambiente ligeiramente constrangedor. Será mesmo aquela pessoa que eu conheço? Não passarei por «maluquinha» ao meter conversa?
Nestes instantes de hesitação, eis que (hoje foi assim) a pessoa me pergunta: «És de Braga?» Enfim, conversa desbloqueada e toca a falar como se não houvesse amanhã, antes que se esgotem os escassos minutos que restam até à nossa estação de saída. Tenta-se marcar próximos encontros (estes já não serão inesperados), pois, afinal, é sempre com grande entusiasmo e felicidade que recebemos mais «um dos nossos» aqui, a quase 400 km do local que nos tornou conhecidos.
Acasos com sentido, rota do destino, mensagens do oculto... Chamem-lhe o que quiserem. Eu não sei explicar a causa destes encontros inesperados, mas não me contento com a teoria do mero acaso e ponto final. Não são, e não podem ser, simples encontros do acaso, sem qualquer significado.
Quanto mais vivo, mais me apercebo de como a vida nos interpela com estas situações inesperadas, mas com sentido... Só queria saber qual... Talvez o futuro me venha ainda explicar por que razão pessoas e situações, que pertenceram ao meu passado, voltam a aparecer no presente.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Este ano não vai haver presépio!


Lamentamos mas:

  1. Os Reis Magos lançaram uma OPA sobre a manjedoura e esta foi retirada do estábulo até decisão governamental;
  2. Os camelos estão no governo;
  3. Os cordeirinhos estão tão magros e tão feios que não podem ser exibidos;
  4. A vaca está louca e não se segura nas patas;
  5. O burro está na Escola Básica a dar aulas de substituição;
  6. Nossa Senhora e São José foram chamados à Escola Básica para avaliar o burro;
  7. A estrelinha de Belém perdeu o brilho porque o Menino Jesus não tem tempo para olhar para ela;
  8. O Menino Jesus está no Politeama em actividades de enriquecimento curricular e o tribunal de Coimbra ordenou a sua entrega imediata ao pai biológico;
  9. A ASAE fechou temporariamente o estábulo pela falta da manjedoura e, sobretudo, até serem corrigidas as péssimas condições higiénicas do estábulo, de acordo com as normas da UE.

    Votos de um Feliz Natal!

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Desabafo de mais um dia que finda

Há pessoas que, por muito que não queiramos, nos obrigam a ser cruéis!

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Sugestão

Uma sugestão para uma prenda especial:

http://www.agencia.ecclesia.pt/instituicao/pub/51/psolidarios07/seccao_presentes.asp


Já parece Natal, não acham? A cidade está linda, toda iluminada!
E, por último, não se esqueçam no nosso jantar, dia 20 de Dezembro, quinta-feira, às 21h. Onde? Na nossa casa. :)

(I)legalidade

Olá a todas!
Este é um momento solene. Façam silêncio e preparem-se para o que vou dizer.
Tatatatan.... Tatatatan....

Terminou hoje a minha pós-graduação em criminalidade ligeira. Sim, fartei-me de me autoassustar com fatos bordeaux. Agora já não tenho de sair rapidamente do eléctrico, assim como quem não quer a coisa e demorar horas a chegar ao emprego. O que me tem valido é o meu ar muito honesto e de menina de coro. De muito me tem sido útil a experiência de 9 anos no Grupo de Jovens (mestrado concluído, diga-se)!
Pois bem, hoje tenho o meu passe novo. Espero que se aguente por algum tempo nos bolsos dos casacos, senão terei mesmo de concluir o meu mestrado... :(
A partir de agora voltei a ser uma mulher extremamente séria, sem nada a apontar. Já posso fazer as viagens sentada, de olhos baixos a ler o jornal ou simplesmente a pensar na vida que passa todos os dias e não volta.
Caríssimas, estou orgulhosa de mim! :)
Após um mês, abri os cordões à bolsa e comprei o passe. Será por ser Natal? Ou porque nem mesmo na época natalícia as multas por estes incumprimentos têm direito a amnistía?...

A verdade é que, como sempre vos disse, o meu plano foi e sempre será perfeito! E a prova disso é que cá estou, sem ser preciso levarem croquetes, rissóis e bolinhos de bacalhau a uma qualquer prisão mal cheirosa e, sem dúvida, mal frequentada.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007


talvez um pouco de nós morra todos os dias

talvez um pouco de nós renasça mais resistente de vez em quando



há um défice de nós entre o que somos de morte e de vida

há um défice de nós entre o que rimos ou choramos



mas, a cada dia, há a liberdade de morrermos ou de nos superarmos

e há voos que nunca se querem aprisionados

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Jantar de Natal

Olá a todas!

Pelo segundo ano consecutivo, vamos fazer o Jantar de Natal do 11.º Lumiar.
Assim, sugiro o dia 20 de Dezembro, quinta-feira, às 21h. Qual a vossa disponibilidade? (Eu só posso mesmo para este dia ou então 17, segunda-feira, pelos motivos de todas sabem.)
Gostava ainda de fazer a "amiga-secreta". Podemos fazer o sorteio esta semana e estabelecer como preço 3 euros.
Em relação à ementa, aposto nos famosos "canelones" da Alkalina, como entrada a pasta de atum com tostinhas, vinho branco (as marcas do costume) e bolo-rei para sobremesa. No final, dividimos por todas, que a vida não está fácil ;)

Estão abertas as inscrições aos membros do 11.º Lumiar.

Um beijinho e Boas Festas

Incerteza

É inquietante e chega carregar-nos de angústia este estado de nunca saber o que nos reserva o futuro. Sabemos que lutamos por objectivos, por causas, para alcançar o nosso bem-estar e o das pessoas que mais gostamos, mas sem nunca ter a certeza de que os resultados serão os que aspiramos. Custa e há dias em que chega a doer a ausência de garantias para as nossas decisões.
Mas há que reverter tudo o que parece negativo em algo positivo! Neste caso, dou por mim a pensar no quanto seria aborrecida a minha vida se tivesse a certeza de tudo, se nada no futuro me viesse surpreender, se não valesse a pena lutar por tudo me ser facilitado...
Só posso concluir que sou mais feliz rodeada de tanta incerteza, pois é ela que todos os dias me instiga a escolher caminhos sem nunca dizer até onde eles me levarão, mas carregando-me de agradáveis surpresas ao longo do percurso. E de más também, mas essas devem ser sempre relativizadas, até porque é por existirem os maus momentos que sabemos valorizar e fruir o que de bom nos acontece.
Sim, vivo na incerteza.
Sim, muito por minha própria culpa.
Sim, os dias não estão fáceis.
Mas...
Não, não quero uma vida acomodada.
Não, não quero adivinhar o futuro.
Porque...
Sim, sei que são os caminhos mais difíceis que nos levam ao destino mais compensador.
P.S.: Meninas, não se admirem por me ter dado para isto, depois de tanto tempo de ausência. Escrevo na primeira pessoa, mas sei que estes sentimentos e pensamentos não são exclusivamente meus.