segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Folhas Caídas...

Os dias acordam cinzentos, sem uma fresta azul, anunciando, dentro em breve, a estação das chuvas, do tempo húmido, dos ventos fortes que se colam às roupas quentes e que nos fazem sentir um friozinho gelado... É a época das folhas caídas, do sol tímido, que espreita, entre uma nuvem e outra, para o comum dos mortais. Abriu mão da vigilância activa que caracteriza o Verão.
Folhas caídas... essas que se desfazem no solo, como os segundos se diluem nos minutos... a vida dilui-se... sem solidez, sem matéria, sem moléculas... vejo átomos voláteis que se atravessam sem razão, sem certezas... as folhas caem e com elas a minha esperança se esvai, devagar, devagarinho, em slow motion...
Uma vez no chão, as folhas estão entregues à própria sua sorte, ou azar. Podem voar, mas não para muito longe, porque o destino marca a hora... da sua própria extinção. Folhas caídas, nessa passadeira castanha, que se estende no chão, são sempre esquecidas...

Despi a minha alma ao mundo, nesta pequena paleta de palavras... blue.

Andreia

5 comentários:

Urtigão Hammerhead disse...

Vós andais muito cabisbaixas ai no 11º C.
O Outono está a dar-vos cabo da "alegria".

Animem-se que está mesmo a chegar o natal.

hehehehe

faltam apenas 2meses e uns pozitos.
Bjokas e escrevam sobre coisas mais alegres, para eu poder "comentar" à vontade.

Anónimo disse...

Lindo!! Sou tua fã miúda!! :p

V. disse...

Noutro dia li assim:

Escrever o Outono.

Abraçar o cansaço dos ramos
que já não sabem tecer
a própria sombra.

Estancar o olhar
na velhice das cores
que coroam o silêncio.

Perscrutar a antiga nudez das árvores
e pensar as folhas caídas
como memórias dolorosas.

Escrever o Outono

e sujar os dedos
na sua melancolia.


Mas isto é coisa para se fazer devagar. E o sol ainda nem se foi embora... Folhas caem porque têm de cair. Mas não se esquecem... até nascerem outras! :)

Beijinhos oh Pinipon! :p *

Anónimo disse...

Sabes, partilho do teu sentimento...
Este tempo também "mexe" comigo. Sinto-me presa a este chão que não me pertence, a esta cidade que me faz cair as folhas. Folhas de esperança... E me tira do olhar o sorriso do sol. Aquele sol quentinho num dia frio de Outono que só alguns conseguem sentir.

Madalena Barbosa disse...

As folhas velhas têm de cair para dar lugar às novas, é o seu ciclo natural, como o de todos os seres. Isto em sentido literal. Agora, quanto ao sentido figurativo do teu texto, só tenho a dizer: por mais que nos custe, deixemos cair todas as folhas velhas da nossa vida e com elas todas as lágrimas que nos apetecer libertar. É que essas lágrimas, mesmo sem nos apercebermos, já estão a regar as novas folhas que começam a brotar dentro de nós.