Com este mal-estar a fazer-me pregas na alma!
Se ao menos endoidecesse deveras! Mas não: é este estar entre,
Este quase,
Este poder ser que...,
Isto.
Fernando Pessoa
Ah meu poeta! É impressionante como consigo encontar sempre as minhas palavras nas tuas, principalmente quando, como tu dizes, sinto «este mal-estar a fazer-me pregas na alma». Não, desta vez, não é a comum angústia sem razão, não é a inquietação interior sem motivo, não é a eterna insatisfação. É medo, é um medo que queima a alma e se acentua a cada dia que passa, é o medo de atravessar o inevitável e sofrer verdadeira e profundamente.
E esta alma; que a cada dia se tenta munir de todas as armas para não desabar, para não mostrar aos outros que também tem esse medo, esta alma que quer sempre ser o suporte dos que ama, porque eles sofrem muito e, por isso, não lhes pode mostrar que a dor também a corrói; até quando vai esta alma aguentar? Até quando vai suportar o terrível medo da perda sem desabar? Ou melhor, até quando vai conseguir abafar a dor no silêncio e no correr dos dias frenéticos?
Talvez aguente, talvez não. Por ora, apesar da dor acentuada pela distância,vai aguentando...
2 comentários:
Oh minha linda,
quando te sentires assim por baixo e com saudades de algo e ou alguém, chama a "cavalaria", basta chamares que "a malta" aparece para tentar afastar esses pensamentos "negativos" e "depressivos".
Vá porta-te bem e bjokas ai ao 11C
Kiss Kiss
Desculpa o reparo, mas estes meus pensamentos não são depressivos. Chamo-lhes antes tristes e angustiantes. Não são delírio ou devaneio, pois o que os motiva é um medo real que não vou aqui contar.
Claro que a vida tem de seguir em frente, apesar dos nossos medos, e é isso que eu faço enquanto consigo. Obrigada pelas palavras de alento.
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